Tuííííííííííííííííííííííí… Já pensou conviver o dia inteiro com um barulho desse? É o tal de “zumbido no ouvido” que provoca um grande incômodo para quem o tem. Algumas pessoas descrevem o zumbido no ouvido como apito de chaleira, caixa de abelhas ou barulho de cigarras. É difícil descrevê-lo pois apenas a pessoa afetada consegue ouvi-lo. Para quem…
Mas o que é o zumbido no ouvido?
Também chamado de tinnitus, do inglês, é uma disfunção do sistema auditivo. Em uma pessoa normal, os sons do ambiente são captados pelo tímpano e enviados como estímulos elétricos para o cérebro. Nas pessoas com zumbido, esses estímulos são enviados mesmo quando não há som.
A maioria desses sons desagradáveis têm entre três e sete decibéis, valores considerados aceitáveis pela maioria das pessoas. O problema é que, como é constante, acaba causando o incômodo.
Além disso, algumas pessoas podem ter outros sintomas como tontura, suor frio e até enjoo.
E para piorar, para a maioria das pessoas afetadas, o tinnitus é percebido mais nitidamente ao dormir, ou seja, quando o ambiente está mais tranquilo.
Veja também: Do zumbido no ouvido à reabilitação auditiva
Quais as causas do zumbido no ouvido?
De acordo com especialistas, cerca de 90% dos casos estão relacionados à perda auditiva. E por isso atinge mais as pessoas idosas, porém o tinnitus pode surgir em qualquer idade.
Existem várias causas para este problema, o que até dificulta o diagnóstico. Vamos as principais:
1 – Excesso de cera
Ela tem a função de evitar infecções e proteger o canal auditivo, evitando que corpos estranhos como sujeira e insetos cheguem ao tímpano. Se houver acúmulo de cera, a função auditiva é prejudicada podendo causar o zumbido. Nesse caso nunca tente limpar o canal auditivo sozinho. Procure sempre um profissional da área.
2 – Infecção ou inflamação auditiva
O zumbido pode vir acompanhado de dor repentina, sangramento e diminuição da audição. Bactérias, fungos ou vírus podem ser as causas dessas infecções. Elas causam acúmulo de líquidos que, além do zumbido, podem dar a sensação de pressão no ouvido.
3 – Disfunção temporomandibular
Nossa mandíbula tem uma articulação com o maxilar que nos permite abrir e fechar a boca. Se houver algum problema nessa articulação pode ocorrer o zumbido. O bruxismo, ato de apertar os dentes com muita força, involuntariamente, principalmente durante o sono, também pode afetar esta articulação contribuindo para o zumbido.
4 – Uso de medicamentos
O uso excessivo de alguns anti-inflamatórios, antibióticos ou diuréticos pode prejudicar a audição e contribuir para o tinnitus. Isso porque eles acabam agindo diretamente nos nervos que controlam a audição.
5 – Labirintite
A labirintite é causada pela inflamação do labirinto, nosso ouvido interno. Nesse caso o tinnitus pode não ser constante e desaparecer em questão de algumas horas. Também pode haver sintomas como tontura e falta de equilíbrio.
6- Doença de Ménière
As causas desta doença ainda são desconhecidas, mas acredita-se que esteja relacionada ao aumento da pressão do líquido dentro do ouvido. O quadro pode evoluir para tonturas e perda auditiva.
7 – Outras doenças que podem estar relacionadas ao aparecimento do zumbido no ouvido:
– Insuficiência cardíaca: prejudica o fluxo de sangue para a região do ouvido;
– Depressão: afeta a comunicação entre os neurotransmissores;
– Diabetes: o aumento da glicose no sangue pode afetar os nervos que levam os estímulos sonoros ao cérebro.
8 – Fatores de risco
O tinnitus também pode ser desencadeado por estresse, tabagismo, consumo excessivo de álcool, fones de ouvido em volume alto e excesso de cafeína.
Existe tratamento para o zumbido no ouvido?
Felizmente sim. A primeira providência é consultar um médico ou fonoaudiólogo. O primeiro pode diagnosticar a causa do zumbido e indicar o melhor tratamento; já o fono pode ajudar com a realização de exames auditivos.
Quando o gatilho do tinnitus é identificado, é mais fácil. Basta suprimir o que está causando o zumbido. Alguns pacientes podem encontrar alívio apenas deixando de tomar café ou bebida alcoólica em excesso.
Outro tratamento é a terapia de habituação do zumbido. Trata-se da dessensibilização, ou seja, expor o paciente ao zumbido até que ele se acostume ao ponto de não notar mais o som incômodo.
Alguns medicamentos como vasodilatadores periféricos, anticonvulsivantes e ansiolíticos também podem ajudar.
Mas atenção! Qualquer que seja a causa do zumbido, apenas um profissional da área como otorrinolaringologista, fonoaudiólogo ou cirurgião dentista (no caso de problemas maxilares) podem detectar e ajudar a tratar o problema.
Você não precisa sofrer com o zumbido. Existem medidas preventivas e tratamentos que podem ajudar a eliminar ou pelo menos diminuir o incômodo.
Uma resposta
Perda auditiva e zumbido podem ser sequelas da Covid-19
[…] Um dos efeitos muito observados em pacientes que tiveram a Covid é a perda auditiva e o zumbido. […]