Mas qual o critério usado para saber se uma pessoa tem perda auditiva?

A perda auditiva acontece quando a pessoa perde a capacidade de ouvir mais do que 30 decibéis (dB) no ouvido com melhor audição. Isso significa dificuldade em ouvir sons mais suaves como uma conversa e o canto de pássaros. 

Quais os impactos causados nas pessoas com este problema?

São muitos. Isso porque a fala e a audição são fundamentais para o processo de comunicação. 

Elas permitem que as pessoas possam compartilhar pensamentos, emoções e se relacionar com os outros.

Quando uma pessoa não consegue entender o que os outros estão dizendo, perde a chance de participar do prazer de uma conversa, por exemplo.  

Parece pouco, mas isso pode levar a um isolamento social como deixar de ir a festas, se encontrar com amigos, namorar e até se afastar da família, tamanho é o constrangimento que isso causa. 

Além disso, adultos com perda auditiva têm uma taxa de desemprego muito maior. E mesmo os que estão empregados não costumam ter as mesmas chances do que as outras pessoas. 

Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde, nos países em desenvolvimento, as crianças com perda auditiva e surdez muitas vezes não são escolarizadas, causando um grande prejuízo para toda a vida. 

Voltar a ouvir traz mais qualidade de vida

A boa notícia é que tem solução!  Pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, descobriram que os tratamentos contra a perda auditiva podem diminuir significativamente o isolamento, aumentar a autoestima e levar a melhores oportunidades de emprego e salários. 

Veja todos os benefícios de acordo com a Hearing Health Foundation

1 – Melhora da renda.  Um estudo do Better Hearing Institute (BHI) mostra que o uso de aparelhos auditivos reduz o risco de perda de renda de 90 a 100% para aqueles com perda auditiva mais leve e de 65 a 77% para pessoas com perda auditiva severa a moderada.

 2 – Melhora da saúde mental.  Pesquisas mostram uma ligação entre perda auditiva e demência. Os especialistas acreditam que lidar com a perda auditiva pode ajudar a proteger a função cognitiva. E mais: a perda auditiva está ligada a um risco maior de depressão em adultos, especialmente entre 18 e 69 anos.

 3 – Desempenho no trabalho: a maioria dos usuários de aparelhos auditivos diz que o dispositivo ajudou no seu desempenho no trabalho. E mais: fazer um teste de audição pode beneficiar os funcionários que suspeitam que têm perda auditiva, mas não procuraram tratamento.

 4 – Ajuda na autoconfiança: pessoas com perda auditiva e que usam aparelhos auditivos são mais propensas a resolver problemas com mais assertividade. Aparentemente, ouvir melhor traz mais confiança.

 5 – Desenvoltura social: a maioria das pessoas que usa aparelhos auditivos diz que isso tem um efeito positivo em seus relacionamentos. As pessoas tendem a fazer mais amizades, ser mais otimistas, engajadas e até têm mais prazer em fazer as coisas.

6 – Bons resultados: a maioria dos usuários de aparelhos auditivos nos últimos cinco anos, diz estar satisfeita com sua capacidade de ouvir. Seja no local de trabalho, em casa com familiares, em conversas em pequenos e grandes grupos, ao assistir TV com outras pessoas, em salas de aula, teatros ou salas de concerto, ao andar de carro e até mesmo ao tentar acompanhar conversas na presença de ruído.

Como ajudar uma pessoa que está com perda auditiva?

Geralmente a pessoa com perda auditiva leve não percebe que está com este problema. 

Esta situação se tornou ainda mais comum após a pandemia, quando as pessoas voltaram aos encontros presenciais e começaram a conversar entre si. 

Saiba o que fazer:

– Por ser um assunto delicado, tenha cuidado e seja gentil;

– Prefira falar a sós ou apenas na presença de pessoas da confiança de quem está com este problema;

– Ofereça todo o apoio e informe que há solução para a perda auditiva; 

– Se for conversar, encontre um lugar tranquilo para ajudar a reduzir o ruído de fundo, especialmente em restaurantes e reuniões sociais;

– Encare a pessoa e fale claramente. Mantenha contato visual;

– Fale um pouco mais alto do que o normal, mas não grite. Tente falar devagar, mas naturalmente;

– Fale a uma velocidade razoável;

– Seja paciente. Mantenha-se positivo e relaxado;

– Pergunte como você pode ajudar e encaminhe a pessoa ao médico. 

E o que fazer?

Uma vez identificada a perda auditiva, é essencial que ela seja tratada o mais precocemente possível e de forma adequada, para diminuir os prejuízos para a saúde. 

Entre as medidas para reabilitar pessoas com perda auditiva estão: 

–  Uso de tecnologias auditivas, como próteses auditivas, implantes cocleares e implantes de orelha média; 

– Uso da língua de sinais e outros meios de substituição sensorial; 

– Terapia de reabilitação para melhorar as habilidades perceptivas.  

Como é feito o diagnóstico?

Os testes auditivos são feitos através de uma consulta com um fonoaudiólogo. Eles são simples, indolores e amplamente disponíveis. 

O profissional começa com uma anamnese (entrevista) para saber mais sobre os sintomas. 

As perguntas podem incluir os desafios que o paciente está enfrentando, seu estilo de vida e suas necessidades de comunicação.

O fonoaudiólogo também realizará um exame visual dos canais auditivos e tímpano usando um instrumento iluminado chamado otoscópio. 

Isso determinará se é algo físico, como cera de ouvido, que está contribuindo para a perda auditiva. 

Além disso, no exame de audiometria, realizado em uma cabine, a audição do paciente é testada através de várias frequências de sons. 

Aparelhos auditivos são uma opção

Para pessoas com perda auditiva leve a moderada, os aparelhos auditivos padrão podem funcionar muito bem. 

Os aparelhos auditivos são pequenos dispositivos eletrônicos que podem ser altamente personalizados para tratar diferentes tipos de perda auditiva.

Todos os aparelhos auditivos digitais contêm pelo menos um microfone para captar o som, um chip de computador que amplifica e processa o som, um alto-falante que envia o sinal para o ouvido e uma bateria para alimentação. 

Modelos mais sofisticados fornecem recursos adicionais, como conexão direta a um smartphone. 

Os aparelhos auditivos amplificam os sons que entram no ouvido. Eles são mais frequentemente prescritos para pessoas que têm um tipo de perda auditiva conhecida como ” sensorial “, conforme explicado acima. 

As células ciliadas saudáveis ​​sobreviventes captam o som emitido pelo aparelho auditivo e os enviam como sinais neurais para o cérebro através do nervo auditivo.

Usa aparelhos auditivos? Veja algumas dicas!

A manutenção de seu aparelho auditivo é muito importante para o seu bom funcionamento.  

O cuidado e a manutenção adequados exigem uma rotina regular e consultas periódicas ao seu fonoaudiólogo para limpeza e verificação do aparelho.  

Veja as dicas:

– Nunca pule as limpezas diárias;

– Substitua os acessórios conforme necessário;

– Mantenha seus aparelhos auditivos limpos e secos;

– Retire as baterias do aparelho auditivo à noite;

– Programe “limpezas e verificações” periodicamente com seu médico;

– Verifique o período de garantia do aparelho. 

Fazendo isso, além de garantir uma audição saudável, você evita que o problema se agrave. 

Está com sintomas de perda auditiva ou conhece alguém com este problema? Marque uma consulta! 

Saiba mais sobre a perda auditiva. Existem três tipos principais:

1 – A perda auditiva neurossensorial é o tipo mais comum. É permanente e causada por danos nas células semelhantes a pequenos cílios no ouvido interno ou no nervo auditivo. 

O nervo auditivo carrega informações importantes sobre o volume, o tom e o significado dos sons para o cérebro. 

A maioria dos adultos com perda auditiva tem uma perda neurossensorial. Ela pode resultar em dificuldade para entender o som ou a fala. 

2 – A perda auditiva condutiva é causada por um problema mecânico no ouvido externo ou médio ou uma obstrução no canal auditivo, como a cera do ouvido que impede o som de chegar ao tímpano. Pode ser permanente, mas na maioria das vezes é temporária e pode ser tratada clinicamente.

3 – A perda auditiva mista é quando uma pessoa tem perda auditiva neurossensorial e condutiva.

Veja também: Sinal de surdez: quando procurar ajuda?

E quais as causas?

1 – O ruído alto é uma das causas mais comuns de perda auditiva. Cortadores de grama, motocicletas ou música alta podem danificar o ouvido interno, resultando em perda permanente da audição ou zumbido. 

Para prevenir este quadro, proteja-se diminuindo o volume do seu aparelho de som, televisão ou fones de ouvido; afaste-se do barulho alto ou use tampões de ouvido.  

2 – O acúmulo de cera ou fluido pode bloquear os sons que são transportados do tímpano para o ouvido interno. Se o bloqueio de cera for um problema, é preciso procurar um médico. Ele poderá sugerir tratamentos leves para remover a cera.

3 – O tímpano perfurado também pode causar perda auditiva. Ele pode ser danificado por infecção, pressão ou colocação de objetos no ouvido, incluindo cotonetes. 

4 – Condições de saúde: diabetes ou pressão alta, podem contribuir para a perda auditiva. Vírus e bactérias, doença cardíaca, acidente vascular cerebral, lesão cerebral ou um tumor também podem afetar a audição.

5 – Presbiacusia (Perda Auditiva Relacionada à Idade): surge gradualmente à medida em que a pessoa envelhece. Pode ocorrer devido a alterações no ouvido interno e no nervo auditivo. A perda auditiva relacionada à idade geralmente ocorre nos dois ouvidos. A perda é gradual, então alguém com presbiacusia pode não perceber que perdeu parte de sua capacidade de ouvir.

Veja também: Do zumbido no ouvido à reabilitação auditiva

Apesar de ser desagradável, a maioria dos casos de perda auditiva têm solução e a pessoa pode levar uma vida normal. 

O importante é não deixar que isso se torne o centro da vida da pessoa. Pacientes com perdas auditivas podem viajar, namorar, trabalhar, estudar e fazer muitas outras coisas. 

E lembre-se: consulte sempre um profissional da área e não faça nenhum tratamento por conta própria ou por indicação de amigos, parentes ou vizinhos.